Na endoderme da alma.
“Faz parte de mim. Está na minha essência criar expectativas
além da conta e ser pessimista a todo tempo. Quase uma bipolaridade. Quase uma
rotina. É de praxe fantasiar, criar situações, planejar futuros que estou doido
pra que se tornem um presente. Sempre antes da hora, nunca consigo esperar. É
comum pisar no acelerador como se não houvesse amanhã e como se não tivesse
marchas a passar.
Porém há momentos que as esperanças se perdem em meio a tanta
ansiedade e tornam-se desespero. Desespero por necessidade, por vontade ou
talvez somente por hábito. Nestes momentos eu me perco junto às esperanças, não
sei mais onde está o eixo referencial e viajo com pensamentos pessimistas. Por
que achar, pela milionésima vez, que tudo vai dar certo quando você tem um
histórico de 1001 besteiras feitas?
Não há como fugir. É como tentar fugir da própria sombra, é
algo que está sempre te seguindo, sempre ali, atrás de você. Ou, talvez, é seja difícil quanto largar um vício qualquer.
Embora ainda tenha esperanças (de novo) de que tudo pode dar
certo, volto ao segundo parágrafo. Volto a perder as esperanças e me acomodar
no pessimismo.
A vida é uma batalha anual, mensal, semanal e até mesmo
diária que temos que enfrentar. A todo tempo você tem algo pra te derrubar e
pensamentos no subconsciente pra te fazerem desandar e acreditar que tudo vai
dar errado mas, ainda sim, você insiste. E deve insistir até se encontrar.
O pouco otimismo, um tanto surrado, que me resta é o meu
combustível em busca dos meus objetivos. Luto pra que o dia em que o combustível
se esgota não chegue. Caso contrário a carruagem não vai mais conseguir
se sustentar nem sequer pra frente andar.”