segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Pára-ressaca.


Tão linda, mas tão linda que
Quando a vejo o mundo para!
O meu corpo se congela e
Acabo virando estátua.

Olhos tão azuizinhos que sou
Capaz de neles mergulhar,
Contar os peixes e até
Trazer uma estrela-do-mar.

Esses cachos que vão e voltam
Sem sequer saírem do lugar.
Me fazem viajar pra onde quer
Que você possa estar.

Se eu conseguir contar as estrelas
Que quero te encontrar,
Será que até você
Elas vão me guiar?

O dia que não terminou


É o barulho das rodas no asfalto molhado,
O som do avião decolando,
O ruído do vento soprando,
O frio da madrugada chegando
Com os semáforos ainda piscando...

Pra ninguém.

Eu nunca imaginei
Que despedidas sem “adeus”
Amargurassem tanto minha boca
Quanto um chocolate que
Eu jamais experimentei.

Nunca, nunca pensei
Que fosse tão destrutiva
A ideia de saber que
Não existirá uma segunda vez.

O desconhecimento me rasga mais
Brutalmente
A cada instante:
Você está bem?
Onde você está?
O que você está fazendo?
O que está sentindo ou
Por onde está andando?
Está segura?
(...)

[Neste exato momento...]

Está muito, muito frio
Sem você aqui.

Por quê?
Por que tanta angústia,
Tanto sofrimento
De uma só vez?