Uva passas ou morango?
Cá estou eu numa dessas
madrugadas aleatórias me perguntando se tudo isso é amor ou se é só euforia
semanal de um coração imaturo. E se eu te disser que estou doido pra ouvir tua
voz a essa hora, que tu farás? Darás trela ao meu pedido importuno ou virarás
de lado na cama pra esquecer?
É deste jeito que me deixas
louco, deste jeito que me entorta as linhas dos passos na rua quando me pego
pensando em ti. Por que não estas aqui, comigo, do lado, suspirando em meu
pescoço e sussurrando versos em meu ouvido? Teu calor seria bem vindo e lindo.
A madrugada nebulosa viraria dia ensolarado num piscar de olhos. Ou melhor, o
barulho que farias ao chegar, me deixaria atordoado de felicidade, como uma
criança que acaba de ver Papai Noel em meados de Dezembro.
Seria demais mandar-lhe flores sem me
identificar? Ou preferirias que me identificasse pra saber quem é que fica bobo
e rosado quando está doido de amores (ou euforias)?
Qualquer dia destes a campainha
tocará e serei eu o terceiro à tua porta. Há alguns carinhos e agrados aqui
guardados esperando ociosamente por um destinatário. O tempo passa, mas a
vontade não despassa de entregá-los a ti.
Farei teu café, teu cabelo, teus
olhos... E me perderei de vez em tuas curvas ao raiar da manhã. E por fim, deixarei
a dúvida de lado, meu bem, apenas pra te perguntar:
“Vais querer uva passas ou
morango pro café à dois?”