segunda-feira, 21 de julho de 2014

Memórias.


Eu lembro dá forma
Como a gente se olhava.
Eu lembro de como
A gente se abraçava.
Eu lembro de tudo, inclusive da forma
Como o tempo passava:

Rápido
E
Devagar.

Cada instante era precioso,
Valia ouro!
Cada instante era lento, bem devagar,
Como quem vê amor em cada olhar.

Será que, da melhor forma,
Eu soube aproveitar?
Só sei que não conseguia mais raciocinar.
Estava tão ali, presente, do teu lado,
Que o pensamento não ia a outro lugar.

Agora quem está distante sou eu,
Cujo pensamento é inteiramente seu.

Penso que ao me despedir,
Deixei mais de mim contigo do que trouxe de volta.

Pra quê?

Pra selar de vez esse amor
Que eu descobri que era
Pra ser.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Penúltima vez.


            Eu particularmente odeio despedidas, não sei lidar nem esconder. Enquanto sonho em paz na cama quentinha, a despedida vem como um bicho papão frio e rouba o tempo dos meus sonhos. Rouba. Chega sem pedir licença e sem fazer barulho. Assim não posso vive-los. Mesmo assim, não desisto de sonhar!
            A despedida é fria, é rápida, às vezes vazia e boa parte das vezes trágica. Leva consigo a última vez, leva o carinho, o amor que ainda havia pra acontecer. Aquele último beijo, último abraço, último calor vai sempre ser o penúltimo se a despedida existir. A gente quer sempre dar mais um, nunca acha que está pronto pra dizer “adeus”. E deveria estar?
            É complicado. Corta, deixa pra trás, deixa um pedaço da gente pra trás. A despedida é um fantasma que vai sempre existir se a gente ousar viver, descobrir novas experiências, novos lugares. Por isso eu digo: se um dia eu souber lidar com as despedidas sem a menor dor, terei perdido meu lado humano, afinal, quem é que consegue desligar e ligar os sentimentos como se desligasse e ligasse a luz da sala de estar? A gente só precisa ser forte, forte pra que cada última vez levada pelas despedidas possa ser a primeira vez do próximo reencontro.