sexta-feira, 11 de julho de 2014

Penúltima vez.


            Eu particularmente odeio despedidas, não sei lidar nem esconder. Enquanto sonho em paz na cama quentinha, a despedida vem como um bicho papão frio e rouba o tempo dos meus sonhos. Rouba. Chega sem pedir licença e sem fazer barulho. Assim não posso vive-los. Mesmo assim, não desisto de sonhar!
            A despedida é fria, é rápida, às vezes vazia e boa parte das vezes trágica. Leva consigo a última vez, leva o carinho, o amor que ainda havia pra acontecer. Aquele último beijo, último abraço, último calor vai sempre ser o penúltimo se a despedida existir. A gente quer sempre dar mais um, nunca acha que está pronto pra dizer “adeus”. E deveria estar?
            É complicado. Corta, deixa pra trás, deixa um pedaço da gente pra trás. A despedida é um fantasma que vai sempre existir se a gente ousar viver, descobrir novas experiências, novos lugares. Por isso eu digo: se um dia eu souber lidar com as despedidas sem a menor dor, terei perdido meu lado humano, afinal, quem é que consegue desligar e ligar os sentimentos como se desligasse e ligasse a luz da sala de estar? A gente só precisa ser forte, forte pra que cada última vez levada pelas despedidas possa ser a primeira vez do próximo reencontro.

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