sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Atemporal.

Eu descobri o seu número
            Você minha porta.

Eu descobri sua entrada
            Você minha sala de estar.

Eu descobri seu beijo
            Você meu cheiro.

Eu descobri seu jeito a sós
            Você meu segredo.

Devagar descobrimos a intimidade
Por livre e espontânea vontade.

[Sem tic tac, sem vai e volta
Sem relógio que toda hora toca]

Mas sem querer e
Sem nos darmos conta que queríamos mais,
Descobrimos a essência e
Na inocência
Nosso
Tempo sem pressas.

Eu olhei pra um lado e
Você pro outro.
Quando notamos estávamos
Grudados,
Cara a cara,
Frente a frente:
Você feliz e
Eu sorridente!

À vontade:
Escorrendo como um fluido
Sem viscosidade.

domingo, 2 de novembro de 2014

Onde ninguém está.


Eu vivo das madrugadas.
Eu vivo das manhãs claras e
Das noites assombradas.

Eu sinto o frio.
Estou onde ninguém está,
Observando o invisível.

[Sou um fantasma
Uma alma que vaga]

Eu vejo o estar das pessoas,
Sinto o ar das coisas boas.
Sinto só de observar,
Sinto sem precisar estar.

Invisível, imprevisível,
Pensando sempre sobre o impossível
Ser um dia possível...
Será?

Estou em todos os lugares, mas
Em nenhum ao mesmo tempo.

Observar, observar, observar...
Eu espero um dia me encontrar.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Pro.cura.


Talvez você tenha,
Talvez você tenha essa coisa toda,
Que eu não sei descrever, mas
Sempre quis ter.
(Comigo).

Essa melancolia
Que mais parece paz
De toda a agonia
Que ficou pra trás.

A preguiça, o par,
O vai e vem do mar.
Eu só quero estar e
Ficar
Fi
Car
Ar.

Essa calmaria, essa paz da tua maré
Acalma a tempestade do meu mar.
A tristeza, o vazio
Que você traz no olhar:
Eu não sei lidar.

O sorriso que é que nem piso e chão,
A luz, a direção que não me deixa
Seguir em vão
Ruma a solidão.

Eu vejo em ti
Um pouco de mim, e aí
Só quero estar.

Vem, então!
Ficar
Estar

Ar.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

I m a g i n e


Eu não a conheço,
Nunca troquei sequer uma palavra com você.
Entregar-lhe este manuscrito talvez seja uma boa oportunidade.
Apenas tive a oportunidade de ouvir sua voz e suas gargalhadas
Ecoarem ao meu redor.
Mas admito que
Quando o Sol ilumina seu rosto,
Quando o vento sopra seus cabelos e
Você abre este sorriso,
O meu ar... Eu não sei pra onde vai.
Eu fico sem saber o que fazer,
Sem raciocinar direito.

Parado. Estático. Congelado.

O que partilhamos é a mesma cidade,
Talvez alguns poucos mesmos caminhos,
Alguns amigos em comum...
Muito pouco perto do que imaginei...

Pra ser sincero, esta noite
Meus desejos me tomaram,
Lutei até o último segundo, mas perdi.
A minha imaginação foi longe e
Eu quis que compartilhássemos
O mesmo espaço,
O mesmo momento,
A mesma atmosfera e
Os mesmos sentimentos.

Não tenho defesa perante ao teu sorriso,
Eu não resisto a essa vontade
De te olhar e admirar.

Um dia há de acontecer:
Os nossos caminhos vão se cruzar e
De olhos abertos eu vou sonhar!

Intensamente.
“Ah musas dos meus poemas!
Se vocês soubesse que vocês são o que são,
Não sei o que fariam.
Mas é melhor assim...”

Metalinguagem do reflexo.


Poeta é:
Um sonhador,
Um apaixonado de muitos corações,
Um remador de barco sem direções.
Um ingênuo,
Um perdido,
Que se deixa levar
Por qualquer bem-estar (a sonhar).
Guiado pelos sorrisos, pelas vozes, pelos toques das
Momentâneas paixões.
Não sabe nunca pra onde vai,
Não sabe nunca onde vai parar,
Apenas vai.

Poeta sou eu
Sou um poeta

Será?

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Mutação.


            Eram boas pessoas. São boas pessoas, eu juro. Eu vejo nos olhos a manifestação da inocência e da ingenuidade. Mas vejo também o problema. Foram pessoas que se transformaram por causa do fascínio pelas circunstâncias. Deixaram suas fraquezas serem mascaradas pelas suas fantasias e assim perderam seus rumos. Vão se encontrar novamente? Eu espero. É muito fácil assumir a derrota ou buscar a inércia quando se tem medo do novo, do ainda não vivido. É fácil também não superar a fraqueza e viver na ilusão do prazer fácil. Deixar tudo mascarado.
            Quanto maior e mais intensa a fantasia, maior o choque, maior a frustração. Então cuidado! Compare seus caminhos escolhidos, cuide e controle bem o seu circo de fantasias e o seu teatro imperceptível de cada dia.

A solução de todos os problemas.


O erro foi esse:
Eu te quis demais.
Eu te quis demais porque sei que é
Felicidade que você me traz.

Eu sei.
Mal ou bem,
Eu ainda sei.
Tudo ficou e continua como você deixou.
Como você deixou...

Ainda há alguns (muitos) beijos e afetos pra te entregar.
Foi uma rasteira enorme aceitar
Que não poderia mais por perto te ter.
Eu só quero que chegue logo o dia
Em que você vai estar disposta a receber:
Tudo que eu reprimi, tudo que eu guardei em mim...
Tudo que era pra ti!

É tanta coisa, em meio ao desespero, que eu quero dizer,
Tanto que há pra dizer,
Que eu não sei nem como...
No seu ouvido?
Do seu lado?

[...]

Este poema pausa como a nossa história pausou:
De repente.

E um dia ele ainda há de continuar,
Assim como nós...

Eu sei que há!

sábado, 16 de agosto de 2014

Ela.


Eu gostava de vê-la.
Eu gostava de ficar olhando horas pra ela.
Eu gostava (muito) dela, mais do que eu mesmo sabia.
Gostava de colocá-la num pedestal, de achar que era uma rainha intocável: um sonho só meu.
Gostava de admirar seus olhos, a maneira como eles sorriam e diziam muitas coisas sobre ela pra mim.
Gostava de ouvir sua voz ecoando pelas paredes da minha cabeça.
Adorava vê-la andar e a forma como seus cabelos balançavam ao vento.
Gostava de ouvir suas histórias, suas gargalhadas e ideias doidas.
Amava a sua companhia, sua presença, o seu estar que fazia o meu bem-estar.
Adorava quando seu cheiro demorava semanas pra sair das minhas roupas.
Gostava do seu toque delicado, dos seus abraços e beijos cheios de vontade.
Eu ficava bobo,
Eu adorava tudo.
Eu adorava ela.
Na verdade,
Eu só ainda não sabia, mas
Eu amava ela!

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Doce Ilusão.


As asas vão batendo aos poucos.
Levando-nos pra bem longe,
P’rum lugar onde a gente
Sempre quis estar e
Sempre quis chegar.

Um sonho pra lá,
Uma vontade acolá e
Um desespero pra cá.

Já está bem longe!
Longe da realidade,
Longe da sobriedade.
Mas o que importa é que
Pensa que esta perto da
Felicidade.

É uma suspeita aí,
Um furo ali,
E uma ferida que fica
Bem aqui.

A queda,
A realidade,
A gravidade.
O início do desespero
Sem fim!

A gente cria todo o espetáculo
Pra esquecer a solidão.
Depois descobre que era tudo
Fruto da imaginação, pra
Terminar sentado no chão...

Doce ilusão.

sábado, 2 de agosto de 2014

De mim pra ti um pedaço de nós.


Sou capaz de me derreter em lágrimas
Pelas lembranças, pelas memórias.
Por todos os fatos, todos os momentos
Que fazem parte das nossas histórias.

História essa, que me soa um tanto
Incompleta, pela metade.
Há muito mais para ser escrito,
Não pode terminar sem fim.
Não terminará...!

A verdade é que as lembranças são tão reais
Que quase te sinto do lado.
Deste jeito, incompleto, incerto, é na
Saudade que estou encostado.

Já não sei mais lidar com tamanho sentimento.
Não sei mais onde guardar esse desespero,
Com as tuas cartas e lembranças,
Nem com isto mais eu me contento.

Não sei mais acordar sem olhar
Pro jeito que, nas manhãs, você sorria.
Devagar e em par, eu descobri que era você a
Minha estrela-guia.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Memórias.


Eu lembro dá forma
Como a gente se olhava.
Eu lembro de como
A gente se abraçava.
Eu lembro de tudo, inclusive da forma
Como o tempo passava:

Rápido
E
Devagar.

Cada instante era precioso,
Valia ouro!
Cada instante era lento, bem devagar,
Como quem vê amor em cada olhar.

Será que, da melhor forma,
Eu soube aproveitar?
Só sei que não conseguia mais raciocinar.
Estava tão ali, presente, do teu lado,
Que o pensamento não ia a outro lugar.

Agora quem está distante sou eu,
Cujo pensamento é inteiramente seu.

Penso que ao me despedir,
Deixei mais de mim contigo do que trouxe de volta.

Pra quê?

Pra selar de vez esse amor
Que eu descobri que era
Pra ser.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Penúltima vez.


            Eu particularmente odeio despedidas, não sei lidar nem esconder. Enquanto sonho em paz na cama quentinha, a despedida vem como um bicho papão frio e rouba o tempo dos meus sonhos. Rouba. Chega sem pedir licença e sem fazer barulho. Assim não posso vive-los. Mesmo assim, não desisto de sonhar!
            A despedida é fria, é rápida, às vezes vazia e boa parte das vezes trágica. Leva consigo a última vez, leva o carinho, o amor que ainda havia pra acontecer. Aquele último beijo, último abraço, último calor vai sempre ser o penúltimo se a despedida existir. A gente quer sempre dar mais um, nunca acha que está pronto pra dizer “adeus”. E deveria estar?
            É complicado. Corta, deixa pra trás, deixa um pedaço da gente pra trás. A despedida é um fantasma que vai sempre existir se a gente ousar viver, descobrir novas experiências, novos lugares. Por isso eu digo: se um dia eu souber lidar com as despedidas sem a menor dor, terei perdido meu lado humano, afinal, quem é que consegue desligar e ligar os sentimentos como se desligasse e ligasse a luz da sala de estar? A gente só precisa ser forte, forte pra que cada última vez levada pelas despedidas possa ser a primeira vez do próximo reencontro.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

E quando eu mais quis, você não estava lá.


            Onde sempre quis que você estivesse, fazendo o que eu quisesse, você não esteve nem fez. Eu fiz, eu imaginei, mas por descuido não pensei se podia ser você ou se era, se fazia parte de você. Não era. Não fazia parte de ti. Não era sua obrigação. Não foi sua culpa nem de ninguém. Acontece que vezes e mais vezes eu desejo tanta coisa pra mim que acabo esperando demais dos outros, que os outros façam por mim ou pra mim. Às vezes preocupo-me demais em imaginar e esperar que aconteça do que lidar com a realidade, com as pessoas e com os fatos. Não dá pra continuar assim, ou então não vou conseguir mais suportar as desilusões que virão com estas expectativas. Nem sempre é possível apontar o salto, muitas vezes é necessário reduzi-lo pra diminuir a queda. Eu percebi que existe sempre mais de um caminho pra chegar a um mesmo lugar e que eu posso ser assim. A minha satisfação pode ser assim, há mais de uma forma de conquistá-la. Só agora me dei conta de que você estava em outro lugar e não onde eu esperava. No fim das contas você acabou me surpreendendo novamente e me fazendo feliz de novo. 

À pedidos.

O “meu”, o “seu”, mas por que não o “nosso”?


            Sem estarmos cara a cara, estamos montando nossos quebra-cabeças. Eu montando o seu e você montando o meu. Estamos fazendo bem um ao outro, mas isso me soa um tanto ineficaz. Ineficaz porque eu acho que podia ser melhor, sem comparação. A história está sendo “escrita” de uma forma em que sei qual será o fim e ele não me agrada. Repito, ele podia ser melhor. Ele ainda pode ser melhor. Podemos virar a esquerda, à direita e até, se formos ousados e corajosos, pegar o retorno sem hesitar. Só precisamos enxergar outros caminhos além daqueles os quais as placas nos guiam. Estou olhando suas peças, dizendo quais parecem erradas, analisando onde colocá-las, quais se encaixam em quais... Por que não pensar se nossas peças não se encaixam? Quem disse que somos dois quebra-cabeças e não, na verdade, um só? Ao invés de olharmos um pro outro, poderíamos olhar pra nós, poderíamos construir, descobrirmos juntos como é o nosso. Estamos seguindo uma viagem talvez sem volta, e quando ela chegar ao fim, quando nossas peças estiverem encaixadas, mas nós desligados um do outro, vamos trocar agradecimentos e ponto final? 

terça-feira, 24 de junho de 2014

E o vento levou...


Assim como fechou
As portas do teu coração
Pra mim,
Fecharei meus olhos
Pra ti.

Só você poderá fazer
Com que abra novamente.

Deixou que os ventos do destino
Me levassem pra longe de ti...
Pois levaram, e agora
Assisto bem longe,
Assisto bem de longe
Você me deixar ir
Sem nem hesitar em voltar atrás.

Acontece!
(De montão)
E a gente, depois de um tempo
Esquece!
(Ou tenta esquecer...).

Sabe se lá se aquela marca
Que o prego deixou na madeira
Um dia vai se desfazer.

Quem sou eu pra responder
Quem um dia vai saber dizer?

segunda-feira, 9 de junho de 2014

A pedra e a pena.


Toda a graça e todos os encantos
Estavam expressos em ti.
A cada vez que olhava,
Era algo mais que notava e
Mais me entregava.

Palavras e fotografias não são suficientes.

Você não tem uma alma,
Você é uma alma e
Das mais lindas que já conheci!
Eu fiquei bobo, esqueci a maturidade
Só observando a tua bondade.

Apaixonado!
Admirado, com tanta beleza!)

E quando achava que já havia ouvido de tudo,
Você, quando eu menos esperava,
Me surpreendia.

Com mais bondade,
Com mais amor,
Com mais carinho e
Todo o calor infindável da
Tua presença.

Tanta coisa pra falar que
Não sei nem por onde começar,
O que mais comentar, ou mesmo
A hora de parar...
(Nunca!)

Estou mais preocupado em reviver as memórias
Do que ficar contando histórias.

Achei que amar você seria
Mais duro que a pedra.
No fim, tudo o que vivi mostrou que
Amar a ti é mais fácil
Do que, algum dia, alguém
Já pôde.
(Amar)

Eu “não quero” ser feliz
Ao teu lado,
Porque sei o que é
Ter de deixar todo esse amor
Encostado.

...

Pois bem... Eu menti!
Não consigo esconder que...
Contigo, sou
O grande otimista!

Quero tanto ser feliz
Ao teu lado, que até
Perco o medo de jogar o dado.
Só consigo pensar em
Tudo, para nós, dando certo.

O que eu jamais quero
É deixar de ter você
Por perto.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

“Impressão”.


Hoje provavelmente distribui sorrisos
Por todo o meu bairro.
A cada olhar,
Um sorriso.

Tudo começou quando estava de costas e
Você me cutucou...
Foi daí até vários dias depois.

A tristeza deixou de existir.

Eu desaprendi a deixar
De sorrir.
Desaprendi a
Te deixar pra trás.

[Que sensação gostosa!]

Não consegui esconder de ninguém,
Sempre foi muito mais forte
Que eu.

Como pode tanto tempo passar e
Tudo ainda continuar
Como se fosse
A primeira vez?

Às vezes gostaria de
Esquecer tudo todo dia,
Pra que cada dia
Pudesse me apaixonar por ti
De novo.

As rimas, onde estão?
Eu não sei e nem quero saber.
O verdadeiro poema
Não precisa de rimas pra ser,
A essência já é
Por si só.

Você é um poema que quero ler
Todos os dias.
Todas as manhãs, tardes e noites
Comigo.

A música que ouço no momento
Está mais linda que o normal.
Não sei o que está acontecendo
(E, por favor, que não pare de acontecer!)
Mas acho que...

Amar também é isso,
Ter alguém pra pensar
Nos melhores momentos e
Todo dia (querer) se apaixonar
Mais
E
Mais.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Equilíbrio.


Eu juro,
Que tento ser forte
E não me entregar,
Mas confesso que,
No meu ponto fraco
Não há como não fraquejar.

No momento, estou mais leve
Que uma pena.
Viajando sem limites,
Até que você me contenha.

Vou pra onde quiser.
Onde precisar,
É certo que vou estar.

[Contigo.
Sempre!]

São tantas ideias a cada segundo...
Até me perco
Tentando me encontrar.

E me encontro,
Sem querer
Querendo.

Filmes na cabeça em que você
É a principal atriz.
(Não param!)
O que quer que eu faça,
Se é alguém assim como você
Que eu sempre quis?

domingo, 20 de abril de 2014

Gravidade.


Estava tão mais preocupado em
Amar você que
O mundo parou.

As luzes azuis saíram de foco,
Os barulhos da rua se abafaram e
O silêncio deu espaço pra eu
Focar em ti
Desfocado de tudo.

Por segundos não sabia bem
Onde estava, apenas
Como estava.

Foi você,
O seu sorriso,
Os seus olhos,
Os seus cabelos,
O seu corpo frio pedindo um aconchego...

O mundo congelou,
A gravidade sumiu
E a Física não sabia explicar
Mais nada.

Eu dormi e não sonhei.
Eu não precisava.
Contigo ao meu lado,
Nada mais era necessário.
Eu não queria mais saber de
Sonhar.

Eu dormi contigo ao lado,
Meu próprio sonho.

Nos(.)so(ss).ego


            Tudo o que compartilhamos e tudo que vivemos, a cada vez que me lembro, me dá mais vontade ainda de ser egoísta. Muito egoísta. Com todas as minhas forças!
            Uma angústia, um frio e um gosto amargo na boca: é tudo que me acontece quando lembro que já não estou mais onde estive e tanto quero estar novamente.
            Horas que eu lembro que já fui feliz, tive tudo nas mãos mas não tive como segurar. É um dos melhores e mais dolorosos tipos de lembrança. Lembrar como era e ao mesmo tempo saber e sentir a falta que faz. Mas ainda sim, na necessidade de ser feliz, prefiro lembrar do quanto o passado já me fez ter um presente bom.
            É tão bom poder reviver os momentos que eu quero ainda mais ser egoísta. Egoísta pra guardar toda essa felicidade e esse amor pra mim. Em mim. Só em mim.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

1926/30.


            Pois desde a década de 20 eles começaram a acumular histórias, encher suas bagagens. É muita coisa, são muitos e muitos anos. Eles têm o que ensinar, tem muito pra falar, mas não tem ninguém pra ouvir. Nós não estávamos muito interessados em ouví-los, queríamos saber do bolo pronto, do dinheiro pra figurinha, da cama arrumada, do presente do coelhinho da Páscoa... Éramos ingênuos. Mal sabíamos nós, que num futuro um tanto distante (talvez), o que eles podiam nos dar, no sentido substancial da coisa, “não faria” falta, mas eles fariam falta.
Muitas experiências, muitos sentimentos (lágrimas) ficaram trancados pela rapidez com que tudo aconteceu. Perdemos a oportunidade de ouvir mais histórias do que já tínhamos ouvido, perdemos a suave companhia de duas pessoas maravilhosas. Perdemos a oportunidade de fazer mais feliz quem já não tinha mais tanto tempo quanto nós por aqui. Perdemos. Perdemos... E muito!
Só queriam companhia, queriam fazer alguém feliz. Queriam dar a alguém tudo aquilo que não puderam ter desde a década de 20. Queriam o nosso bem, fosse dando trocadinho pra comprar balas e besteiras ou cantando músicas de ninar. Sempre quiseram o nosso melhor!
A gente não pôde ouvir tudo o que eles tinham pra contar, pra dizer e pra ensinar. Eles queriam falar das suas vidas, suas experiências. Queriam poder reviver com alguém tudo de melhor que um dia já presenciaram... Mas o tempo foi cruel! Foi cruel e nos ensinou da pior forma algo que, certamente, ainda demoraremos mais um tempo pra aprender e ser como devemos ser.
E hoje, só nos resta tempo pra rezarmos por eles e mostrarmos que as lições que tivemos tempo de ouvir, nós jamais hemos de esquecer.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Morena.


E quando eu senti
Que tinha algo melhor pra pensar,
A paz se instalou.

Quando eu percebi
O que me destruía,
Tudo se clareou.

Nada supera o gosto da paz.
De repente, surgem forças
Pra deixar tudo pra trás.

Obrigado menina, por me salvar!
Mesmo que não saiba que
Escrevo isto pensando em você,
Vou querer sonhar contigo até
O amanhecer.

Se você acordar com a sensação
De que acordou em vão,
Não se preocupe,
Era apenas eu, no teu sonho,
Esquentando teu coração.