O “meu”, o “seu”, mas por que não o “nosso”?
Sem estarmos cara a cara, estamos
montando nossos quebra-cabeças. Eu montando o seu e você montando o meu.
Estamos fazendo bem um ao outro, mas isso me soa um tanto ineficaz. Ineficaz
porque eu acho que podia ser melhor, sem comparação. A história está sendo
“escrita” de uma forma em que sei qual será o fim e ele não me agrada. Repito,
ele podia ser melhor. Ele ainda pode ser melhor. Podemos virar a esquerda, à
direita e até, se formos ousados e corajosos, pegar o retorno sem hesitar. Só
precisamos enxergar outros caminhos além daqueles os quais as placas nos guiam.
Estou olhando suas peças, dizendo quais parecem erradas, analisando onde
colocá-las, quais se encaixam em quais... Por que não pensar se nossas peças
não se encaixam? Quem disse que somos dois quebra-cabeças e não, na verdade, um
só? Ao invés de olharmos um pro outro, poderíamos olhar pra nós, poderíamos
construir, descobrirmos juntos como é o nosso. Estamos seguindo uma viagem
talvez sem volta, e quando ela chegar ao fim, quando nossas peças estiverem
encaixadas, mas nós desligados um do outro, vamos trocar agradecimentos e ponto
final?
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