domingo, 20 de abril de 2014

Gravidade.


Estava tão mais preocupado em
Amar você que
O mundo parou.

As luzes azuis saíram de foco,
Os barulhos da rua se abafaram e
O silêncio deu espaço pra eu
Focar em ti
Desfocado de tudo.

Por segundos não sabia bem
Onde estava, apenas
Como estava.

Foi você,
O seu sorriso,
Os seus olhos,
Os seus cabelos,
O seu corpo frio pedindo um aconchego...

O mundo congelou,
A gravidade sumiu
E a Física não sabia explicar
Mais nada.

Eu dormi e não sonhei.
Eu não precisava.
Contigo ao meu lado,
Nada mais era necessário.
Eu não queria mais saber de
Sonhar.

Eu dormi contigo ao lado,
Meu próprio sonho.

Nos(.)so(ss).ego


            Tudo o que compartilhamos e tudo que vivemos, a cada vez que me lembro, me dá mais vontade ainda de ser egoísta. Muito egoísta. Com todas as minhas forças!
            Uma angústia, um frio e um gosto amargo na boca: é tudo que me acontece quando lembro que já não estou mais onde estive e tanto quero estar novamente.
            Horas que eu lembro que já fui feliz, tive tudo nas mãos mas não tive como segurar. É um dos melhores e mais dolorosos tipos de lembrança. Lembrar como era e ao mesmo tempo saber e sentir a falta que faz. Mas ainda sim, na necessidade de ser feliz, prefiro lembrar do quanto o passado já me fez ter um presente bom.
            É tão bom poder reviver os momentos que eu quero ainda mais ser egoísta. Egoísta pra guardar toda essa felicidade e esse amor pra mim. Em mim. Só em mim.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

1926/30.


            Pois desde a década de 20 eles começaram a acumular histórias, encher suas bagagens. É muita coisa, são muitos e muitos anos. Eles têm o que ensinar, tem muito pra falar, mas não tem ninguém pra ouvir. Nós não estávamos muito interessados em ouví-los, queríamos saber do bolo pronto, do dinheiro pra figurinha, da cama arrumada, do presente do coelhinho da Páscoa... Éramos ingênuos. Mal sabíamos nós, que num futuro um tanto distante (talvez), o que eles podiam nos dar, no sentido substancial da coisa, “não faria” falta, mas eles fariam falta.
Muitas experiências, muitos sentimentos (lágrimas) ficaram trancados pela rapidez com que tudo aconteceu. Perdemos a oportunidade de ouvir mais histórias do que já tínhamos ouvido, perdemos a suave companhia de duas pessoas maravilhosas. Perdemos a oportunidade de fazer mais feliz quem já não tinha mais tanto tempo quanto nós por aqui. Perdemos. Perdemos... E muito!
Só queriam companhia, queriam fazer alguém feliz. Queriam dar a alguém tudo aquilo que não puderam ter desde a década de 20. Queriam o nosso bem, fosse dando trocadinho pra comprar balas e besteiras ou cantando músicas de ninar. Sempre quiseram o nosso melhor!
A gente não pôde ouvir tudo o que eles tinham pra contar, pra dizer e pra ensinar. Eles queriam falar das suas vidas, suas experiências. Queriam poder reviver com alguém tudo de melhor que um dia já presenciaram... Mas o tempo foi cruel! Foi cruel e nos ensinou da pior forma algo que, certamente, ainda demoraremos mais um tempo pra aprender e ser como devemos ser.
E hoje, só nos resta tempo pra rezarmos por eles e mostrarmos que as lições que tivemos tempo de ouvir, nós jamais hemos de esquecer.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Morena.


E quando eu senti
Que tinha algo melhor pra pensar,
A paz se instalou.

Quando eu percebi
O que me destruía,
Tudo se clareou.

Nada supera o gosto da paz.
De repente, surgem forças
Pra deixar tudo pra trás.

Obrigado menina, por me salvar!
Mesmo que não saiba que
Escrevo isto pensando em você,
Vou querer sonhar contigo até
O amanhecer.

Se você acordar com a sensação
De que acordou em vão,
Não se preocupe,
Era apenas eu, no teu sonho,
Esquentando teu coração.