quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Sim


Me deixa ficar tranquilo
Saber que posso esperar
Não importa o quanto
Que não vai me deixar.

Me permita voar livremente
Pelos meus sonhos à dois
Sem ter medo da queda
Sem ter medo consistente.

Me faz saber que
Os planos que tenho, um dia
Podem se tornar realidade.

Me fala
Me faz
Me completa

Mas não me nega

Que
Eu te falo
Eu te faço
Eu te digo
Pra sempre

Sim

Na endoderme da alma.


“Faz parte de mim. Está na minha essência criar expectativas além da conta e ser pessimista a todo tempo. Quase uma bipolaridade. Quase uma rotina. É de praxe fantasiar, criar situações, planejar futuros que estou doido pra que se tornem um presente. Sempre antes da hora, nunca consigo esperar. É comum pisar no acelerador como se não houvesse amanhã e como se não tivesse marchas a passar.
Porém há momentos que as esperanças se perdem em meio a tanta ansiedade e tornam-se desespero. Desespero por necessidade, por vontade ou talvez somente por hábito. Nestes momentos eu me perco junto às esperanças, não sei mais onde está o eixo referencial e viajo com pensamentos pessimistas. Por que achar, pela milionésima vez, que tudo vai dar certo quando você tem um histórico de 1001 besteiras feitas?
Não há como fugir. É como tentar fugir da própria sombra, é algo que está sempre te seguindo, sempre ali, atrás de você. Ou, talvez, é seja difícil quanto largar um vício qualquer.
Embora ainda tenha esperanças (de novo) de que tudo pode dar certo, volto ao segundo parágrafo. Volto a perder as esperanças e me acomodar no pessimismo.
A vida é uma batalha anual, mensal, semanal e até mesmo diária que temos que enfrentar. A todo tempo você tem algo pra te derrubar e pensamentos no subconsciente pra te fazerem desandar e acreditar que tudo vai dar errado mas, ainda sim, você insiste. E deve insistir até se encontrar.
O pouco otimismo, um tanto surrado, que me resta é o meu combustível em busca dos meus objetivos. Luto pra que o dia em que o combustível se esgota não chegue. Caso contrário a carruagem não vai mais conseguir se sustentar nem sequer pra frente andar.”

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Uva passas ou morango?


Cá estou eu numa dessas madrugadas aleatórias me perguntando se tudo isso é amor ou se é só euforia semanal de um coração imaturo. E se eu te disser que estou doido pra ouvir tua voz a essa hora, que tu farás? Darás trela ao meu pedido importuno ou virarás de lado na cama pra esquecer?
É deste jeito que me deixas louco, deste jeito que me entorta as linhas dos passos na rua quando me pego pensando em ti. Por que não estas aqui, comigo, do lado, suspirando em meu pescoço e sussurrando versos em meu ouvido? Teu calor seria bem vindo e lindo. A madrugada nebulosa viraria dia ensolarado num piscar de olhos. Ou melhor, o barulho que farias ao chegar, me deixaria atordoado de felicidade, como uma criança que acaba de ver Papai Noel em meados de Dezembro.
 Seria demais mandar-lhe flores sem me identificar? Ou preferirias que me identificasse pra saber quem é que fica bobo e rosado quando está doido de amores (ou euforias)?
Qualquer dia destes a campainha tocará e serei eu o terceiro à tua porta. Há alguns carinhos e agrados aqui guardados esperando ociosamente por um destinatário. O tempo passa, mas a vontade não despassa de entregá-los a ti.
Farei teu café, teu cabelo, teus olhos... E me perderei de vez em tuas curvas ao raiar da manhã. E por fim, deixarei a dúvida de lado, meu bem, apenas pra te perguntar:
“Vais querer uva passas ou morango pro café à dois?”

domingo, 17 de novembro de 2013

#Desabafo: A que ponto chegamos...

                Estou acostumado a ver diversas e diversas formas de covardia, mas também estou acostumado a fechar os olhos para algumas delas. Aliás, quem não está, não é mesmo? Quem nunca foi exposto a uma cena, que deixou o resto do dia num clima ruim, e depois virou na primeira esquina? Quem nunca...!      

Hoje, na verdade, agora à tarde vi uma postagem que deixou minhas lágrimas da iminência de transbordarem. Uma carta, um pedido de socorro de um escravo chinês havia sido encontrado dentro de um brinquedo segundo a postagem em uma rede social. O primeiro fato a chocar é o contraste: “brinquedo” e “pedido de socorro de um escravo”. Depois do primeiro, poderia pensar até o dia virar noite em fatos chocantes com relação a isso.

Eu realmente fico sem o que dizer quanto a isso. Encontro-me num daqueles momentos que não tenho recursos pra descrever o que sinto.

Por que as coisas têm de ser assim? Já não bastam as covardias dos milhares de séculos estudados por nós na escola? Não é suficiente tudo aquilo que nos é mostrado em filmes, documentário e afim? 


Eu sinto muito, mas a dose de covardia por hoje foi forte demais e a ressaca vai durar dias. Não sei afirmar quanto à veracidade da postagem, mas não duvido de mais nada. Realmente cansado de ser impotente quanto a realização em massa de tais atos. Cansado de saber que todo dia, toda hora animais e pessoas são espancadas, violentadas, torturadas até não se sabe quando e às vezes não se sabe ao menos o porquê. A revolta é tão grande que eu preciso extravasar. Esse traço de ignorância na personalidade humana me deprime e me revolta. Atos de covardia e ignorância não merecem pudor na hora do arrependimento. Não tenho palavras pra descrever o quanto isso me faz perder a esperança na humanidade e o quanto isso faz eu me sentir em pedaços.

domingo, 27 de outubro de 2013

A partida de Eduardo.


Eduardo disse que precisava de um terreno em Marte, se possível nas colinas. Bem longe de tudo, onde o que se escuta é o silêncio da solidão. Disse que precisava de tempo pra pensar mas não que sabia em quê, que nunca sabia de nada, que estava sempre dando tiros no escuro tentando acertar alguma forma de esperança iluminada... Eduardo era um eterno indeciso insatisfeito!

Decidiu tirar umas férias da vida, parar tudo (ou quase tudo). Disse que não decidiu isso sozinho ou porque quis. Disse que as coisas simplesmente foram acontecendo. Que ele foi deixando as coisas acontecerem sem sua presença. Sem querer foi parando de fazer questão de muitas coisas as quais estavam na categoria “Prioridade” em sua vida.

Depois de se acomodar nas colinas de Marte, disse mais. Disse que talvez tenha ido pra lá pra observar melhor os fatos. Observar o que estava errado, o que deveria ser mudado... Que talvez tenha esteja se tornando uma pedra, completamente inerte a qualquer situação, por medo, por desgosto, por desinteresse em viver o tempo que ainda lhe restava. Não sabia dizer ao certo, só sabia que ao passo que ali queria ficar, queria logo sair.

Não sabia por quanto tempo ia ficar, só esperava que fosse o suficiente pra voltar a sanidade e a estabilidade. As emoções, as novas experiências do mundo o fizeram recuar e de certo modo, desistir. Tudo foi virando uma bola de neve e, tardiamente, ele percebeu a necessidade de fechar suas portas.

Por último, depois de sua cansativa sessão de investigação pessoal disse:

“Talvez eu só queira (e precise) arrumar minha cabeça sentindo o sol da manhã, ouvindo o canto dos pássaros, sentado à sombra das árvores e fazendo umas boas músicas. Talvez só precise estar em paz comigo mesmo.”

sexta-feira, 4 de outubro de 2013


Você é capaz de dizer quem sou eu?



"Muito boa-noite, senhoras e senhores. Eu não sei meu nome, só sei que sou apenas eu agora. Já tive família, já tive casa, carro e todos esses bens da classe alta de hoje em dia. Já fui alguém, mas, agora, não passo de um João-Ninguém. Já levei meus filhos à escola, ao parque. Já comemorei aniversário de casamento em restaurante caro, já dei presentes. Já viajei pra fora do país, já comemorei Natal e Réveillon com casa e mesa de jantar cheias... Eu era professor, tinha o conhecimento e o disseminava da melhor forma que podia. Já fiz muitas coisas as quais daria tudo pra poder fazer hoje de novo. Nunca precisei pedir nada a ninguém, pois tudo na minha vida era abundante e tinha pra dar e vender.

Eis que um belo (de belo não tinha nada) dia perdi a memória e me perdi pra sempre de casa. Minha família nunca mais me viu, meu cachorro nunca mais latiu e por aí, hoje, eu vivo. Vivo de restos, de caridades e de piedades alheias.

Hoje, graças eu estou vivo! Tenho um amigo que me acompanha fielmente (um cãozinho literalmente “vira-latas”) e uma trouxa pra guardar coisas. Isso é tudo o que tenho, não me resta mais nada. Não tenho casa, não tenho emprego, não tenho chão, não tenho mais nada e praticamente ninguém. Tudo que possuía as desgraças do destino me tiraram. Mas não me tiraram o caráter, os valores pessoais.

Enquanto você acorda na expectativa de um novo dia, dorme em cama quente, liga seu carro do ano e come aquele prato no restaurante, eu, apenas... Não. Não sei mais o que é isso. Acordo sabendo que o dia vai ser igual ao que passou, igual ao de um mês atrás, mas nunca igual ao de anos atrás. Durmo sobre os papelões que um dia serviram para proteger as coisas da sua casa e como o que encontro por aí. Esta é minha vida, esta é minha rotina.

Você sabe quem sou eu? Não sabe, não é mesmo? Pois bem, eu sou o morador de rua que humildemente lhe pediu um trocado há alguns instantes atrás pra poder comer algo e você negou. Pra simplesmente ter o que comer. Pra você, sei que sou um indivíduo tão fantasma quanto a sua humildade. Você não me vê. Você não quer me ver. Você fecha os olhos pra mim e nem pensa em rezar por mim. Não importa, não é com você então está tudo bem. Enquanto você tem tudo, eu não tenho nada. Mas, ao passo que não tenho nada, tenho tudo e você quem não tem nada.

Não tenho as coisas nas mãos, mas as tenho no coração. O destino foi ingrato, me tirou as coisas e as pessoas, porém, não deixei que tirassem a pessoa que existe dentro de mim. Já você...

Rezo pela alma dos que são assim, cheios de si e vazios de todos. A vida os aguarda, o destino os espera. Há para o que sorrir? Não, infelizmente não. Vocês ainda têm muito a aprender meus caros e não vai ser da melhor forma. Rezo por vocês pra que não passem pelo que passei. Sei o que é a dor e não a desejo pra ninguém. Como disse, a vida me tirou quase tudo mas não deixei que tirasse tudo de mim. Ainda restou o meu caráter. O meu caráter."

quinta-feira, 3 de outubro de 2013


É lá e cá.


Não é de hoje
Que as palavras me engasgam
E os teus afetos
Me faltam.

Você me tira do sério,
Tira meu mundo
Do equilíbrio!

Faz mais e mais eu viajar
Por dentro do meu peito,
Que do seu vazio já está cheio
E quer nada mais nada menos
Que encostar em teu seio.

E lá ficar, lá ficar...

Com esse teu charme
Que ainda não aprendi a lidar
Eu me debato,
Eu me torturo,
Eu me acabo em lágrimas,
Onde mais costumo me afogar.

Não sei o que você quer
Ou sequer se me quer.
Sei que esse morde e assopra
Me conforta e me entorta.

Aonde quer chegar?
O que você quer de mim?
Eu não sei.
Prefiro a dúvida do que a certeza.

Enquanto você me morde,
O coração só quer saber
De morte.
Enquanto você me assopra,
É em loucura, que meu coração
Se desdobra.

sábado, 28 de setembro de 2013



O problema de não ter uma bola de cristal.




"Ao certo eu não sei dizer se vivo uma realidade ou uma mentira. Será que estou depositando minhas energias em algo fictício na esperança de um futuro melhor? Nessas horas queria uma bola de cristal. Uma bola de cristal não pra saber como será, mas se será. Saber se todo o plano vital dará certo ou se vou descobrir que era apenas mais uma das minhas 1001 ilusões. Eu juro que me esforço, faço o meu melhor pra que tudo dê certo, tudo corra como planejado e eu tenha a certeza de que sou um ser capaz de escrever o próprio destino, num livro completamente em branco, sem ideias premeditadas. Por agora, nada tem passado de meras especulações. Às vezes é difícil acreditar que tudo isso pode dar certo, que toda essa insegurança terá uma resposta positiva e sólida. Mas como havia dito, faço meu melhor. Vale arriscar? Sim, é válido. Não escondo que a insegurança intimida, atormenta e retrai a alma. Ao passo que o desconhecimento do futuro é um motivador, é um perturbador da certeza vital. [...]



Seria nossa vida um conjunto de ciclos?




[...] Confesso que a resposta pra essa pergunta tem tirado a tranquilidade das minhas manhãs e o sono das minhas noites. Determinadas experiências me mostraram que não saber sobre o futuro é algo positivo, todavia as demais provaram o contrário. Havia momentos que acreditava estar vivendo algo totalmente novo e desligado de futuras repetições, porém não. Passado um breve espaço de tempo percebi que a nova experiência se tratava nada mais nada menos que de um novo ciclo da vida, uma metáfora paralelamente diferente de algo já vivido, uma nova forma de viver a velha história. Chegou um ponto que estava demasiadamente cheio de “mais do mesmo” e percebi que tudo não se passava de um mero conjunto de velhas histórias. Se a idéia da vida for essa, simplesmente termina aí? O propósito da vida é inexistente? Viver ciclos até cansar, descansar e depois repetir a dose? Mais uma vez um futuro me deixando com uma pulga atrás da orelha. A resposta, acho que só vou ter competência pra enxergá-la daqui alguns anos, com um olhar mais maduro e uma memória carregada de experiências, experiências que eu espero descobrir que foram todas diferentes umas das outras."


segunda-feira, 9 de setembro de 2013

A força do amor. [09/09/2013 à 00h27]


"Aos dias e às horas, meu corpo se decompõe lentamente. Segundo após segundo, hora após hora, é um pedacinho aqui, é outro pedacinho ali que já não é mais meu. Embora a hora da partida esteja chegando, eu estou de alma lavada. Os meus feitios, os meus abraços e os meus legados, vão ficar deste lado. Levo comigo apenas a boa alma e deixo aqui, sinceros votos de felicidade. É com muita lástima que, eu, Rei deste Império, parto para o lado de lá. A Rainha dos senhores me chama com um grito desesperado e aveludado de amor. Eu não posso mais ficar, não há como, de novo, recusar. É meu destino, é pra lá que devo ir. Cuidarei de vós como nunca cuidei de ninguém, prometo zelar por cada um até o último "Amém!".
A força de cada um foi intensa, poderosa e mágica. Quando estava à beira do penhasco, trêmulo, vocês me puxaram, me fizeram forte, me mostraram que era possível um pouco ficar e cuidaram de mim sem sequer reclamar. O carinho de todos é lindo e impagável! Se não houvesse amor, já não estaria mais aqui, estaria há tempos do lado de lá. A força do amor de vocês é surpreendente e imensurável. Cada lágrima chorada, era um segundo a mais que eu ficava. Tirei forças do além e dei meus últimos suspiros para acompanhá-los o tempo que pude. Agora chegou a minha hora...
É com imensa gratidão, lamento, carinho e amor que digo este "Adeus!" a cada um de vocês. Fui um homem muito feliz e de muita sorte por ter um Império tão fiel como este e uma Rainha tão gloriosa como esta.
Assim termina minha passagem por este lado e começa uma nova jornada pelo outro. Um beijo no coração e um cheiro em cada um de vocês!"

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Madrugada - Confusão - Talvez

 

"Eu já quis chorar pelos outros, dividir a dor de todos mas, parei, e me perguntei o porquê. Ainda tenho sérias dúvidas sobre este fato. Eu não sei se eu estava sendo solidário (que modo mais estranho de ser solidário, não?) ou se estava com dores acumuladas, as quais eu não conseguia colocar pra fora pois estava precisando de um "empurrãozinho" lacrimal.
Já me questionei inúmeras vezes pra descobrir se sou um indivíduo que tem pena de si mesmo ou se sou mais um desiludido desses que tem por aí. Acho, sinceramente, que a segunda é mais válida do que a primeira. Quem está de fora das situações enxerga muito melhor do que quem está dentro. Parece fácil, mas é difícil (não me diga que um belo dia eu vou ter de aprender, por favor... Tenho consciência da minha burrice e isso me dá medo, pois talvez eu não aprenda nunca). As coisas não ficam claras e eu termino me afogando em confusões consecutivas e crescentes.
Difícil, difícil terminar uma reflexão com uma certeza, uma certeza agradável, que conforta a mente como se dúvida não houvesse mais.
Já cogitei possibilidades pra fugir desse tormento que as pessoas nunca pensariam que cogitaria (talvez agora saibam). "Eu não sei" é a frase mais dita por mim mesmo. Talvez seja verdade ou talvez eu tenha medo de descobrir a verdade. Calha que nunca sei de nada. Não julgo meus conceitos e minhas conclusões como explicações que me satisfazem, eu acho que eu sou é um eterno insatisfeito que não se conhece. Que na busca pela verdade, acredita em mentiras tentando torná-las verdadeiras e um montar um perfil próprio, um perfil que talvez um dia agrade.
Mais uma vez eu digo: "Não sei!", não sei se estou fazendo tempestade em copo d'água. Se estiver, sou apenas uma formiga que se afoga nas ondas de um simples e diminuto copo.
Me bate uma vontade precipitada, talvez, e egocêntrica de deixar tudo pra trás, me livrar de uma vez por todas de todas as tempestades mentais. É mais uma das coisas que não tenho coragem de fazer (ainda).
Eu me odeio (será?)."

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Só mais um.

 

Ele nasceu normal,
Nasceu como qualquer
Um,
Apenas mais
Um.

Cresceu como todos.
Os lugares que andou
Foram poucos.

Andava na moda.
Estudava no colégio
Da moda, 
Fazia as coisas
Da moda.
Ao completar 18,
Ganhou o carro
Da moda.
Estava sempre 
Na moda,
Nunca fora
Da moda. 

Nunca colocou o pé pra fora
Do mundo em que fora criado.
Era sempre ele,
Sempre o mesmo cara,
Sempre o mesmo um,
Que estava e não saía 
Da moda.

Fez a faculdade da moda,
Fez pensando no tanto de grana
Que poderia ganhar.
A namorada
também estava na moda.
Tudo era da moda.

Era o cara mais aceito pela sociedade 
E menos aceito por ele mesmo.

O tempo passou e as lembranças
Eram poucas,
Tão poucas que ainda tinha
Água na boca.

As rulgas e os cabelos brancos
Tomaram seu corpo,
Mas não o tomaram 
Da moda.

Até que um dia ele se foi...
Se foi como todos e 
Apenas como mais
Um.

Diferente de poucos
E sempre igual a todos
Jamais fora lembrado,
Fora sim,
Facilmente esquecido.

Na sua vida
Não ousou em ousar.
Não haviam marcas próprias
A serem deixadas,
Apenas marcas 
Da moda.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Vai e Vem.


Eu ando pensando,
Pensando...
Pensando...
Pensando...
E aí despenso
Mas não dispenso.

O pensamento, a imaginação,
É tudo muito engraçado, não é?
Leva
E trás...
A gente vai
A gente vem...
Mas será que chega
Onde quer chegar?

A gente é que nem
Maré e Lua
A maré vai
E a Lua continua
Mas quando será
Que eu vou chegar
Em praia tua?

Será que... Nunca?
Será que... Logo?
O que eu não quero
É ter de lhe dizer
Um "Até-logo!".

sábado, 3 de agosto de 2013

Vida.

As pessoas são mesmo fantásticas! Cada um de nós e um universo completamente vasto. Temos um potencial imensurável e uma força de vontade que, quando usada, pode conseguir surpreendentes feitios. Não parece, mas somos capazes de muita coisa. Aliás, cada um de nós é um ser totalmente capaz, tudo depende da dedicação. Não duvidemos jamais do nosso potencial e corramos atrás dos nossos desejos!
Escreveria algo sobre o “tema” e blá blá blá mas deixo aqui a música que transmite perfeitamente essa mensagem através da melodia e da letra. Me deu inspiração e principalmente vontade de escrever esse pequeno texto. Foi minha interpretação literária e musical.


Letra de: The Naked  And Famous – Hearts Like Ours
Orders in to risen lines
Were alone but side by side
We hate to dream, we hate to dream
Nothing here is what it seems
There’s an animal inside
There’s a fear that won’t subside
Of all the things I'll never do
Will I ever follow through
There’s an animal inside
There’s an animal inside
Half awake and almost there
If be better still
We aim to be
We aim to be
All the time and energy
A-ah-ah silence
A-ah-ah silence
Could we try to reinvent
Feed the head, the common sense
Through the streets and avenues
Climbing up the walls with you
Climbing up the walls with you
Half awake and almost there
If be better still
We aim to be
We aim to be
All the time and energy
A-ah-ah silence
A-ah-ah silence
Leave this place behind in silence
And the way we find silence
Leave me to the edge of night
To the dawn the end of time
Till the fire blazing light
Shines again within our eyes
Half awake and almost there
Even if the angels swear
We aim to be
We aim to be
All the time and energy
Half awake and almost there
If be better still
We aim to be
We aim to be
All the time and energy
“Hoje, mesmo não tendo sido um dia dos melhores, eu não pude deixar os sentimentos e a inspiração de lado. Tive um dia cansativo e um pouco frustrante, mas ainda sim, ao seu fim, tive contato com coisas que me deixam inspirado, direcionam meu olhar pro interior da alma, me fazem ter vontade de viver e de fazer o maior número de pessoas possível feliz.”


Bem.

Quem não gosta de receber um “Bom-dia!”? Quem não gosta de receber um agrado? Um beijo ou um abraço? Até aquela pessoa que é das mais emburradas gosta de um agrado, não quer admitir que se importa, mas no fundo, se importa.
Raras são as pessoas que fazem o bem sem a pretensão de receber algo em troca. Está escassa essa espécie. Precisa-se de gente que se importe com o lado humano das nossas almas, que não nos enxergue como máquinas, que olhe um pouco mais pra aquilo que a maioria não dá importância. Precisamos de mais momentos de sentimentalidade.
No cotidiano, percebo o quanto isso é importante, o quão positivo isso pode ser. Acontece que a maioria dos fatos vem nos mostrando que as pessoas, na maioria das vezes, vêm usando suas habilidades no caminho errado. Estou falando de tudo em geral e dos dois lados da moeda, o lado materialista e o lado abstrato.  É o meio ambiente que só é depredado, pessoas mais importunadas que sofrem covardia atrás da outra, animais que sofrem violência... É muita coisa errada pra um mundo só. É muita coisa errada pra um espaço onde todos são iguais. O mundo tem se tornado um lugar cada vez mais inabitável, cada vez mais insuportável e desagradável de se viver. Por que não fazer dele um lugar melhor? Vamos dar um “Bom-dia!” ao vizinho, levar um café pra aqueles que não estão em momento de descanso, dar um abraço naqueles que passam por momentos difíceis, ceder um lugar pra aqueles mais debilitados. Vamos fazer o bem sem nos importar com quem! Não nos custa quase nada, lava nossas almas e faz uma diferença enorme na vida de quem recebe (:

sábado, 6 de julho de 2013

Segundo Coração


Se me perguntarem quantos corações possuo, direi que tenho 2. Um entre os pulmões e outro na panturrilha. Sim, é isso mesmo, essa tattoo contém, metaforicamente, todas as pessoas que conheci na minha vida e, de certo modo, contribuíram positivamente pra formação da pessoa que sou hoje. Uma das maiores verdades (pra mim) já lidas foi um excerto que dizia: "Everything you've ever done, every person you've ever met, every experience you've had, is a part of who you are today, adding interesting layers to your being and colorful depths to your soul. Everything needed to be as it was, so you could grow as you did and do." Não sei quem a disse mas, define quase todo o significado.
A relação entre o desenho e o significado é que, não sei se todos sabem mas, sou baterista, daí o porquê de escolher a clave de fá pra representar tudo isto. Pra quem não sabe, a clave de fá é usada nas partituras de baixo. Usando a ideia do senso comum de que "o baixo sempre acompanha a bateria" achei que seria um paralelo legal. Se sou baterista e o baixo acompanha meu instrumento, logo a clave de fá representa todas essas pessoas que me acompanharam e me acompanham na vida me ensinando diversas coisas (cada um de vocês que pedi pra ler esse texto). Por que na perna a tatuagem? Mais uma metáfora, acho que essas mudanças me fizeram chegar "onde estou" (???) e ser a pessoa que sou. Daí o porquê da perna, porque é ela quem nos move, nos transporta até onde quisermos. Deu pra entender mais ou menos?
Vocês certamente são as melhores pessoas que já conheci na vida. São aqueles que JAMAIS desejo perder o contato/amizade e vou sempre querê-los por perto. Ensinaram-me muita coisa e sempre vão ensinar. Quero que saibam que cada um de vocês "está aqui dentro" desta tattoo e vai estar comigo sempre. SEMPRE.
Podem achar estranha a ideia de fazer uma tattoo meio que pras outras pessoas, mas, é isso. Fiz porque o que vocês me ensinaram fez total diferença na minha vida e faz parte da minha personalidade. Eu precisava dizer essas palavras a vocês, embora ache que não consegui falar tudo e nem da melhor forma. Algo com tal "carga emocional" e que os envolvesse não poderia ficar fora do conhecimento de vocês. É isso meus queridos, esse é o significado. (:

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Seno, cosseno, tangente...

A vida, ela tem mesmo valor? O ato de continuar respirando, existindo, atuando sobre o mundo, assistindo-o, compensa? Vale as amarguras cotidianas? Não sei. Provavelmente responderia que não.
Aos poucos os sentidos me fogem. Cores, cheiros, sensações... Foi o tempo em que tudo era novo e frustração era algo que não existia. Quando você perceber que a vida, o mundo, as pessoas, tudo que faz parte de seu contingente não passa nada mais nada menos do que de um eterno ciclo de período aleatório, perderá o conhecimento do prazer. 
Tudo é parcial ou totalmente previsível. Quando começamos a viver um "novo" acontecimento, certamente já o vivemos no passado, a não ser que sejamos extremamente novos, imaturos ou até mesmo cegos. Acho, é que somos eternos resmungões que, com o desejo insaciável de aproveitar o tempo que ainda nos resta, não sabemos por onde começar, não sabemos como e seguimos eternamente em busca de um porquê. Nós os resmungões.

terça-feira, 5 de março de 2013



Reflexões #2 ("relato de um homem de bom coração")

“Não importa, não vai mudar. O filme sempre foi e sempre será o mesmo. A única coisa que não sei é quantas vezes essa vinheta vai rodar e até quando vai poder rodar...”.
Sim, é chato dizer, mas, desde o início tudo sempre foi o mesmo, tudo se repetiu até então. Tudo tão previsível. Sempre soube qual era o início, o meio e o fim da história (ah! E se também se valia a pena protagonizá-la). Desse ponto de vista até se sentia um ser sábio, mas não. Se fosse, certamente saberia como interromper o árduo roteiro e refazê-lo de um jeito drasticamente diferente ou sequer, apenas diferente.
Aleatoriamente achou uma simples frase que fez todo, TODO o sentido e resumiu sua vida. Ela dizia: “A pessoa que sempre tenta fazer ou manter os outros felizes é a pessoa mais solitária.”. Identificou-se, pois, sempre tentou agradar a todos. Algumas vezes foi infeliz e muitas, feliz. Porém, o vento levou as lembranças e nada mais restou. Aliás, restou. Só ele. Apenas ele. Apenas ele e suas boas intenções. Que ficaram dispersas com remetente, mas sem destinatário.
Desde a origem tudo se a acumulou e ficou. As cartas, as falas, as ações, tudo que não foi entregue ficou em si mesmo. Ficou pra ontem. Ficou pra hoje. Ficou pra amanhã. Ficou pra quando? Pra nunca. O tempo vai passar e tudo vai ficar pra trás, inclusive ele mesmo. Vai ficar por aí, perdido. Acreditando, tentando e se frustrando.
Os sentimentos, os desejos com as mais sinceras e boas intenções continuaram guardados. Esperando um destinatário. Esperando um final diferente. E ele, acreditando que um dia pudesse mudar o roteiro.
Sorria pro mundo, mas o mundo não sorria pra ele. Previsível o fim dos bons corações, não? Eles não servem pro mundo, o mundo não precisa deles. O mundo quer coisa nova. O mundo quer novos corações. Novos corações maus.