terça-feira, 20 de agosto de 2013

Só mais um.

 

Ele nasceu normal,
Nasceu como qualquer
Um,
Apenas mais
Um.

Cresceu como todos.
Os lugares que andou
Foram poucos.

Andava na moda.
Estudava no colégio
Da moda, 
Fazia as coisas
Da moda.
Ao completar 18,
Ganhou o carro
Da moda.
Estava sempre 
Na moda,
Nunca fora
Da moda. 

Nunca colocou o pé pra fora
Do mundo em que fora criado.
Era sempre ele,
Sempre o mesmo cara,
Sempre o mesmo um,
Que estava e não saía 
Da moda.

Fez a faculdade da moda,
Fez pensando no tanto de grana
Que poderia ganhar.
A namorada
também estava na moda.
Tudo era da moda.

Era o cara mais aceito pela sociedade 
E menos aceito por ele mesmo.

O tempo passou e as lembranças
Eram poucas,
Tão poucas que ainda tinha
Água na boca.

As rulgas e os cabelos brancos
Tomaram seu corpo,
Mas não o tomaram 
Da moda.

Até que um dia ele se foi...
Se foi como todos e 
Apenas como mais
Um.

Diferente de poucos
E sempre igual a todos
Jamais fora lembrado,
Fora sim,
Facilmente esquecido.

Na sua vida
Não ousou em ousar.
Não haviam marcas próprias
A serem deixadas,
Apenas marcas 
Da moda.

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